“Formicidae: galerias subterrâneas” foi uma das primeiras obras criadas e desenvolvidas por mim com ênfase sobre o campo da biomimética em 2020 durante o Bacharelado em Artes Visuais no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. A obra tem como figura motriz o estudo da terra a partir de sua relação com os seres que a habitam, em especial a arquitetura e engenharia desenvolvidas pelas formigas saúvas (gênero Atta), símbolo brasileiro. “A arquitetura externa e interna dos ninhos de Attas está relacionada com a ecologia e o comportamento destas formigas, visto que os ninhos são considerados como superorganismos e os indivíduos comportam-se de forma a favorecer o desenvolvimento e especialização dos mesmos” (WILSON, 1975). A obra propõe questionamentos sobre os espaços e não espaços e a contribuição que o estudo desses organismos pode trazer à espécie humana. Reproduz um formigueiro da espécie Atta buscando a organicidade encontrada no espaço biofísico, contrapondo galerias vazias a formas massivas em argila e possibilitando uma visão invertida do interior de um formigueiro natural. Essa contraposição é intensificada pela fotografia, permitindo uma conversa sobre espacialidades tanto pela visualização do interior quanto pela correspondência entre os vazios contrapostos a medida que a camera se movimenta e altera sua perspectiva.